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São Nicolau: Biblioteca escolar regista pouca afluência de alunos e necessita de livros de literatura cabo-verdiana – coordenador
O coordenador da Língua Portuguesa, Francisco Assis disse hoje que a biblioteca do Liceu Pedro Corsino de Azevedo tem registado pouca afluência de alunos e necessita de livros de literatura cabo-verdiana.
Francisco Assis fez essas considerações em declarações à Inforpress fazendo alusão ao Dia Internacional das Bibliotecas Escolares que é celebrado sempre na quarta segunda-feira do mês de Outubro, e visa destacar a importância das bibliotecas escolares na educação, assim como promover o gosto pela leitura.
Este ano, a efeméride celebra-se sob o lema “aprender mais com as bibliotecas escolares”.
A esse propósito, a Inforpress visitou a biblioteca do liceu Pedro Corsino de Azevedo que fica situada no concelho do Tarrafal, num espaço exíguo, com uma ampla sala de leitura, um espaço aprazível, dispondo cerca de 500 exemplares abarcando diversas áreas académicas, científicas, recreativas e literárias.
Está aberto tanto a alunos como aos munícipes. Entretanto, estes últimos desconhecem que possam fazer o seu uso. O espaço funciona, muitas vezes, como uma sala multiuso onde os professores preparam reuniões metodológicas entre outros eventos.
A biblioteca recebeu sua última doação em Abril deste ano da parte do Presidente da Republica, Jorge Carlos Fonseca. Embora a remessa tenha sido de livros clássicos de língua portuguesa e cabo-verdiana, entre os quais “Chiquinho” de Baltasar Lopes, ainda assim, para o coordenador da língua portuguesa, regista-se “poucos livros de literatura cabo-verdiana”.
“Os professores do 10º ano de escolaridade estão a precisar de livros de literatura tradicional e popular cabo-verdiana”, sublinhou.
Para ele, muitos desses livros não vão ao encontro dos conteúdos tratados em aula.
“Estamos a necessitar de livros de leitura obrigatória que vão ao encontro do programa emanado pelo Ministério da Educação”, realçou.
Na qualidade de coordenador da língua portuguesa, disse que o apelo á leitura tem sido um trabalho árduo, ou seja, “calcanhar de Aquiles…”.
“Os professores têm recomendado a leitura de textos simples e de obras literárias diversas, quer na sala de aula quer em casa”, no entanto, “a falta de materiais, designadamente, manuais escolares, têm condicionado o decurso das aulas fazendo recurso a fotocópias.
Segundo a mesma fonte, outro entrave que tem dificultado a frequência a bibliotecas – embora estas estejam equipadas com computadores, e a prática da leitura -, é o uso massivo das novas tecnologias.
“Penso que já tivemos uma biblioteca mais frequentada noutros tempos. Mas ultimamente, tenho reparado pouca adesão comparativamente com o passado. Tudo tem a ver com a massificação da internet e das redes sociais”, observou.
Francisco Assis acredita que as escolas estão a caminhar para a modernização em que tanto docentes como discentes não devem descurar a prática da leitura fazendo recurso apenas a suporte físico, mas digital.
“Normalmente, temos caminhado nesse sentido. Temos pedido aos alunos que leem, mas que leem no suporte digital, mas também, que não se limitem apenas aos textos de carater de leitura obrigatória, mas que leem também textos desportivos, informativos, políticos, entretenimento, de modo a exercitarem o seu poder de leitura”.
Nesta semana dedicada às Bibliotecas escolares, o liceu Pedro Corsino de Azevedo aproveita para fazer sessões de leitura em sala de aula como forma de adquirir conhecimento e valorizar esta data.
DG/FP
Inforpress/Fim
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