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Sociedade

São Nicolau: Negócios caseiros, uma opção de garantir o sustento das famílias, condicionados pela pandemia de covid-19

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Os negócios caseiros, sobretudo das mulheres, que tem vindo a ser, muitas das vezes, a única ocupação e opção de sustento das famílias na ilha de São Nicolau, estão condicionados pela pandemia da covid-19.

Em declarações à Inforpress, mulheres da ilha de São Nicolau afirmaram que os seus negócios caíram, significativamente, pois sentem os sucessivos efeitos originados pela crise da covid-19.

Edite Diniz dedica-se ao sector da transformação com recurso a frutas e ao mel de cana para produzir doces e ponches de diversos sabores além de ervas medicinais (chás) e de temperos, nomeadamente, malagueta e salsa, bem como da produção de óleo de purgueira e sabão.

“De momento trabalho sozinha, mas antes eu fazia parte de uma associação”, adiantou, sublinhando que antes de optar pela criação do seu negócio caseiro, trabalhava numa associação constituída só por mulheres, onde faziam a transformação de produtos naturais, praticamente, os mesmos que ela faz hoje a partir da sua casa.

Conforme explicou, fazer parte daquela sociedade não estava a dar o rendimento “desejado” e resolveu “trabalhar de casa”. Apesar de ainda deparar com “muitas dificuldades”, entre os quais, a falta de materiais para a sua produção, o rendimento tem sido “muito melhor”.

“É um trabalho que faço desde a minha adolescência e ali trabalhávamos, trabalhávamos, mas não tínhamos lucro, eu não avançava”, elucidou aquela chefe-de-família residente na localidade de Fragata.

Segundo Edite Diniz, os seus produtos costumam ser expostos em alguns minimercados daquela ilha, e da ilha do Sal, e faz também algumas encomendas.

Recentemente, começou também a fazer envios para a Cidade da Praia, mas devido à pandemia da covid-19 a quantidade de envios diminuiu levando à descida do lucro, assegurou Edite Diniz.

Já a Ernedi Monteiro, uma jovem de 29 anos residente na vila de Praia Branca, trabalha também com transformação de produtos naturais, nomeadamente doces de frutos variados, papaia, abóbora etc. e por vezes produz ponche.

“Trabalhar de casa foi uma decisão minha e também consequência de não ter terminado os estudos”, disse, ressaltando que obteve algumas formações na área que, actualmente, ocupa.

A jovem, que também produz a partir da sua residência, avançou durante a conversa com a Inforpress que os seus produtos são normalmente expostos em alguns estabelecimentos comerciais da cidade do Tarrafal de São Nicolau.

Porém, neste momento, a produção diminuiu muito, devido à crise pandémica, pelo que agora só trabalha de acordo com os pedidos feitos com antecedência porque, até então, os envios aos habituais estabelecimentos estão limitados por conta do “fraco movimento”.

As entrevistadas da Inforpress explicaram que os negócios caseiros têm as suas vantagens e, não obstante as dificuldades que por vezes enfrentam, é uma “óptima” solução para garantir o sustento das famílias.