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Ambiente

Cabo Verde possui uma biodiversidade de flora e fauna pobre que necessita de protecção – director nacional do Ambiente

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O director nacional do Ambiente, Alexandre Nevsky, disse hoje na Cidade da Praia que Cabo Verde é um país com uma biodiversidade de flora e fauna pobre que necessita ser protegida, pelas ameaças a que está sujeita.

Em entrevista à Inforpress no âmbito do Dia Internacional da Biodiversidade, celebrado a 22 de Maio, este ano sob o lema “as soluções estão na natureza”, Alexandre Nevsky apelou à protecção das 6.332 espécies existentes em Cabo Verde, das quais 53 por cento (%) são terrestres e 47% marinhas conhecidas pela ciência.

Segundo Alexandre Nevsky, que considera que a diversidade da natureza é a chave para a sobrevivência humana e para a protecção da riqueza natural existente, a diversidade biológica cabo-verdiana é constituída por diversos tipos de organismos vivos, nomeadamente algas, plantas, animais, líquenes e fungos.

Segundo aquele responsável, destes organismos 53% abrange as espécies terrestres que são constituídas por 366 fungos e líquenes, 915 plantas e 2.099 animais.

Na parte marinha que engloba 47% das espécies, o director nacional do Ambiente referiu-se à existência de 348 plantas e 2.602 animais, espécies cuja legislação existente considera boa, mas com necessidade de reforço.

“Cabo Verde, em termos de legislação, está muito bem, mas neste momento estamos a reforçá-la, cada vez mais, com algumas actualizações, devido a existência de leis que consideramos já ultrapassados, como no caso de medidas de conservação de espécies ameaçadas e em extinção”, reforçou.

Com a actualização da legislação, sublinhou que irá haver a possibilidade de se incluir várias plantas endémicas em extinção que existem apenas na ilha do Fogo ou outra ilha do arquipélago e que se considera estarem ameaçadas, independentemente do número de existência.

Face a isso, ressaltou ainda a necessidade de se actualizar a legislação visando a entrada, na lista, de novas espécies que não foram introduzidas em 2002, no intuito de se actualizar a lista vermelha sobre as espécies do País.

“A primeira lista vermelha do País é datada de 1997 pelo que a sua actualização vai-nos permitir incluir o estado de conservação ou protecção de todos as espécies animal ou vegetal”, disse.

Conforme Alexandre Nevsky, a actualização vai servir ainda para se pôr em actualização um conjunto de mudanças a nível da reclassificação de espécies, identificação de novas espécies endémicas e conhecimento mais apurados que deverá sair de um estatuto de conservação para integrar um outro.

Explicou, por outro lado, que a lista vermelha existente indicava a existência de 20% de espécies ameaçadas de extinção, mas que entre a lista vermelha e a situação actual muita coisa avançou, começando pela reformulação da forma como classificar os ‘status’ de conservação de espécies.

Aquele responsável lembrou ainda que com novas orientações da União de Conservação de Natureza sobre o ‘status’ de conservação de espécies, feitas após alguns estudos, é bem provável o aumento da existência de mais espécies sob estado de ameaça.

Isto porque, explicou, a nova orientação neste processo leva em conta a questão do território, ou seja, as espécies existentes numa ilha apenas vão ser consideradas endémicas.

“Cada uma das ilhas possui espécies exclusivas da ilha e isso significa que o seu estado de ameaça é elevado por existir em determinado lugar”, realçou, afirmando por outro lado, que em termos de política, o serviço tem estado a reforçar medidas de protecção em várias áreas protegidas, o que tem suscitado alguma polémica, particularmente, na ilha do Fogo.

Quanto à polémica e à necessidade de uma maior consciencialização da população para a protecção da flora e fauna endémicas, Alexandre Nevsky assegurou que as pessoas estão bem informadas, visto existir um programa de educação ambiental voltado para as comunidades e escolas.

No entanto, reconhece haver falta de consciência sobre a protecção da flora e da fauna endémicas do arquipélago nas zonas urbanas.

Exemplifica essa falta de consciência com a matança de tartaruga em extinção e que, apesar da legislação e informações, as pessoas continuam a capturá-la e a consumir a sua carne.

Assim, apela a comunidade cabo-verdiana a apoiar o País na conservação da sua biodiversidade visto que “as soluções estão na natureza”.

O desafio, realçou, é saber como cada um pode tirar proveito das soluções que a natureza lhe oferece, pelo que apela a todos a esforçarem-se na protecção dos recursos naturais existentes.

Para isso, Alexandre Nevsky admite que é necessário que Cabo Verde consiga garantir um turismo de qualidade àqueles que vem para visitar os recursos naturais do arquipélago em termos de estudo.

Cabo Verde conta com uma rede de áreas protegidas integrada por 47 sítios protegidos, de entre os quais 20 são sítios exclusivamente terrestres e 27 são sítios marinhos e costeiros, categorizados em paisagens protegidas, reservas naturais, parque naturais, monumentos naturais e reservas naturais integradas.

O Dia Mundial da Biodiversidade foi proclamado pelas Nações Unidas a 22 de Maio de 1992, na sequência da 1ª Convenção sobre a Diversidade Biológica, em que se juntaram países para reflectir sobre a variedade de organismos no Mundo e as relações complexas entre os seres vivos e entre eles e o ambiente.

A data visa alertar a população para a necessidade e importância da conservação da diversidade biológica.

PC/CP

Inforpress/Fim

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