Cultura
São Nicolau: Amostras de futuras peças artesanais ‘made in São Nicolau’ apresentados na feira de artesanato
Protótipos de futuros produtos artesanais ‘made in São Nicolau’ foram apresentados, este sábado, na Ribeira Brava, na feira de artesanato.
Estes produtos resultam de uma intervenção realizada no âmbito da acção de capacitação em artesanato, que decorreu no mês de Setembro, ao abrigo do programa CVE/81 – Emprego e Empregabilidade da Cooperação Luxemburguesa com a SN Turismo e as autarquias locais, com o intuito de revitalizar e inovar o artesanato local e empreender artesãos.
À Inforpress, Joana Martins, designer e formadora, explicou que estes produtos são resultado de um processo criativo “muito intenso e colaborativo” e que decorreu num espaço curto de tempo, pensado por “muitas cabeças”, seis artesãos, sobretudo “por muitas mãos” realçou.
Conforme explicou, os produtos passaram por diversas fases de criação, a primeira fase constitui no processo de recolha e conhecimento da cultura das “gentes de Saniclau, a paisagem” daquilo que é identitário da ilha.
Segundo explicou, nesta fase pôde constatar duas identidades e culturas diferentes, “uma mais interior” ligada à Ribeira Brava, Caleijão, Canto Fajã e Fajã e outra “litoral”, ligada ao Tarrafal.
E, a partir daí, surgiram duas colecções, uma intitulada “Nha Terra”, inspirada na natureza e cultura da Ribeira Brava, e a outra “Nha Mar” inspirada no mar e nos peixes do Tarrafal.
Todas as peças confeccionadas tendo por base materiais locais, designadamente a madeira do Monte Gordo, o arbusto como a barnadeira (uma planta autóctone que se encontra por toda região de São Nicolau), o algodão e o ferro.
Segundo a mesma, nesta colecção pode-se encontrar peças decorativas e utilitárias feitas recuperando técnicas locais como a tecelagem da barnadeira, costura e bordados, cestaria, carpintaria e escultura e serralharia, assim como a arte da malha de pesca e dos tambores.
Para a artista, cada peça carrega consigo a “essência de São Nicolau”, cada uma à sua maneira numa combinação entre formas, cores e materiais utilizados.
Questionada para quando a fase de comercialização das peças, disse que estas peças constituem o protótipo, tendo algumas que sofrer alterações na tentativa de melhoramento, para depois, “sim”, serem reproduzidas e comercializadas e trazerem retorno financeiro aos artesãos locais.
Foram produzidos produtos tais como um tabuleiro, um porta-copo, uma bandeja, saboneteira e bolsa, entre outros
DG/AA
Inforpress/Fim