Turismo
São Nicolau: Primeira etapa do Meet Up Trekking termina ao som de mornas e coladeiras
A primeira etapa do festival de caminhadas foi cumprida esta noite, com término no concelho do Tarrafal, onde os caminheiros foram recebidos com uma tocatina, sofrendo a programação inicial uma alteração.
De manhã, por volta das 07:30, cerca de 100 caminheiros dividiram-se em dois grupos partiram rumo à descoberta do concelho do Tarrafal utilizando a rede de percursos pedestres da ilha, já sinalizada.
O primeiro grupo saiu de Fajã rumo a Ribeira Prata, percorrendo assim um trilho de 13 quilómetros (km), com paragem na localidade da Praia Branca “terra da morna Sodad e do Mestre Paulino Vieira”.
Outro grupo partiu de Cachaço em direcção ao Tarrafal, percorrendo 14 km e, ambos tiveram a oportunidade de visitar Carbeirinho, uma das 7 maravilhas naturais de Cabo Verde.
A caminhada terminou por volta das 17:00, com os participantes a serem agraciados com uma tocatina ao som de mornas e coladeiras, num bar, devido a uma alteração de última hora programa, uma vez que a anterior previa o evento terminar na Praia de Tedja.
A Inforpress foi auscultar as primeiras impressões, falou com Cleissi Soares, uma caminheira proveniente da ilha do Sal que participa pela primeira vez no festival, a mesma disse estar “deslumbrada” com a paisagem natural da ilha de São Nicolau.
Segundo conta, o que mais a surpreendeu foram os trilhos que já foram utilizados por várias gerações “por necessidade” e hoje estão sendo usados para outro fim, turístico.
Para Cleissi, este evento representa “mais do que um simples caminhar”, uma oportunidade que serviu para reviver histórias dos seus avós e encontrar a sua identidade, uma vez que, é fruto de uma geração que partiu de São Nicolau.
“Eu cresci ouvindo histórias dos meus avós com aquela voz de saudade, de esperança de um dia poder regressar e refazer suas vidas em São Nicolau, mas nunca o puderam fazer”, conta que esta impressão ficou-lhe incutida e percorrer esses trilhos teve um “sabor especial cheio de significados”.
No entanto, deixou um apelo a todos para que se tenha “respeito” pelos percursos, pela memória que representam e pela natureza que se mostra “imponente e incrível”.
Se nós todos pudéssemos conservar, os percursos poderão durar por muitos e muitos anos, fazendo com que outras gerações possam desfrutar deles e da beleza da ilha” referiu.
Para finalizar, chamou atenção para quem de direito para resolver a questão da acessibilidade dos transportes aéreo e marítimo para a ilha de São Nicolau, que, a seu ver, tem constituído um factor de entrave à economia local e enquanto destino turístico que se quer promover.
O segundo dia de caminhadas acontece este sábado, tem como percursos Belém/Porto Lapa/Vila Ribeira Brava (16 km) e Belém/Morro Alto/Juncalinho (17 km) ao final, os caminheiros poderão participar de uma feira de artesanato e os mais jovens de um “peddy paper” (caça ao tesouro).
DG/CP
Inforpress/Fim
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