Sociedade
Fogo: Homicida da jovem de Curral Grande condenado a 24 anos de prisão efectiva
O tribunal da comarca de São Filipe condenou, hoje, o homicida da jovem de 20 anos, da localidade de Curral Grande, ocorrido no passado mês de Fevereiro, a 24 anos de prisão efectiva,
Jorge Amílcar Correia Tavares mais conhecido por Betinho, de 44 anos, que se encontra desde o passado dia 26 de Fevereiro em prisão preventiva, foi condenado pelos crimes de homicídio na sua forma agravada por asfixia e por um crime contra a integridade de cadáver, com as penas parcelares de 24 e dois anos, respectivamente, e depois com o cúmulo jurídico na pena única de 24 anos de prisão.
Além da pena de prisão efectiva o tribunal condenou-o ainda a pagar uma indemnização aos familiares da vítima no valor aproximado de 1.100 contos.
Durante a leitura da sentença, que demorou uma hora, a juíza indicou que durante a sessão de audiência e julgamento o suposto homicida permaneceu em silêncio, mas enumerou as várias situações que ficaram provadas e que determinaram a sua condenação.
Antes de tirar a vida à vítima, Betinho apoderou-se da palavra-passe do telemóvel da vítima, acedendo assim a todas as mensagens que lhe eram enviadas e por isso o tribunal entendeu que o mesmo agiu com frieza e de forma planeada, observando que a mensagem enviada à vítima no dia 30 de Janeiro de 2021, uma semana antes, já dava indicação da sua intenção de matar a mesma.
O homicídio aconteceu no dia 07 de Fevereiro, isto depois de Betinha ter telefonado logo cedo à vítima e de ter deslocado à casa dela para marcar o encontro, tendo o mesmo confessado, nas várias fases do processo, que teria asfixiada a mesma e que após perceber que estava morta, amarrou os membros superiores e inferiores com uma corda, colocou-a num lençol e depois procedeu à abertura da cova para a enterrar.
O mesmo só colaborou com a justiça no momento em que foi confrontado com cenários que não deixavam muitas dúvidas, mas o tribunal tomou como relevante este facto já que permitiu não só encontrar o corpo como deu a possibilidade à família de saber o que aconteceu e dar um enterro digno à vítima.
Apesar da sua “frieza e personalidade agressiva”, o homicida que é pai de cinco filhos, incluindo a de três anos que é filha dele e da vítima, não resistiu e no momento em que a juíza referiu ao nome da filha, desatou a chorar.
A moldura penal para o crime de homicídio na sua forma agravada oscila entre os 15 e 30 anos e o crime contra a integridade a cadáver de seis meses a dois anos e a fixação da pena em 24 anos devido ao facto de ser primário e de ter colaborado em determinadas etapas do processo com as autoridades judiciais.
A participação na procura da vítima foi entendida pelo tribunal como forma de driblar os familiares, assim como a mensagem que enviou à irmã da vítima, em nome e no telemóvel desta.
O corpo da vítima que respondia pelo nome de Clarice Fernandes, mais conhecida por Vovó, de 20 anos, recorda-se, foi encontrado no dia 25 de Fevereiro, depois de estar desaparecido durante 18 dias, na sequência das investigações das autoridades judiciais e da colaboração do suposto homicida.
@Radio Ribeira Brava / Inforpress
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