Nhá Beta de Cachaço: Uma figura fascinante de São Nicolau

Nhá Beta, ex-emigrante na Itália, é sem dúvida uma figura incontornável da ilha de São Nicolau que está presente em todos os eventos públicos e privados. A ousadia desta carismática senhora, que chega a ser amável e ao mesmo tempo considerada por muito um tanto “impertinente” por interromper os discursos, inclusive políticos, faz com que seja tão conhecida por quase todos da ilha de Chiquinho.

“Eu já disse aos presidentes das autarquias sanicolauenses que, no dia em que Nhá Beta ‘faltar’, as duas câmaras municipais têm que ficar de luto” conta um amigo da idosa, que parece conhecê-la há muito tempo.

Nhá Beta, que ainda mantém uma disposição invejável, a ponto de dançar por horas, mesmo sozinha, preserva o seu sorriso e morabeza para com os visitantes, não se passando despercebida em nenhum lugar.

De acordo com amigos, segue a risca a tradição de São Nicolau e aparece em todas as cerimónias fúnebres, mesmo que não conheça o “defunto”. Como as carpideiras, chora como se tivessem sido amigos íntimos ou se de um familiar se tratasse.

“Não há enterros em que ela não aparece. Como em São Nicolau é tradição manter aberta a residência em vida dos malogrados, por uma semana, Nhá Beta faz a sua ‘trocha’ e por sete dias mora naquela casa”, revela o mesmo amigo, que prefere deixar que seja só Beta a protagonista desta história. Infelizmente, ela vive num “mundo a parte”.

A sua “juventude” encontra-se na sua forma de ser, de se apaixonar facilmente pelas pessoas e de não resistir a um bom “bodje” de rabecada.

Sidneia Newton (estagiária)

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