Cultura
São Nicolau: Grupos oficiais do Carnaval dispostos a mudar as condicionantes que dificultam a sua promoção
Tarrafal de São Nicolau, 15 Fev (Inforpress) – Os três grupos oficiais do Carnaval na Ribeira Brava são unânimes em afirmar que existem várias condicionantes que dificultam a promoção e a valorização do Carnaval de São Nicolau, mas estão dispostos a mudar este cenário.
A Inforpress apurou junto dos responsáveis dos grupos oficiais Copa Cabana, Estrela Azul e Brilho da Zona, que o factor financeiro, as dificuldades de ligação marítima, a escassez de materiais e o incumprimento do horário dos desfiles são as condicionantes que “penalizam” o Carnaval na ilha de São Nicolau.
Para ultrapassar estes aspectos, os responsáveis dos grupos disseram que estão dispostos a sentar-se à mesa, “não nas vésperas do Carnaval” mas durante todo o ano, para encontrarem uma solução para a organização do Carnaval de São Nicolau.
Os responsáveis dos grupos defenderam que o Carnaval de São Nicolau é um “produto genuíno” da ilha que precisa ser valorizado para que possa dinamizar a economia local e ser factor de promoção mas, para isso, os aspectos apontados precisam ser afinados.
De acordo com os responsáveis, o factor financeiro condiciona, muitas vezes, a sustentabilidade dos grupos no que tange, por exemplo, à aquisição de equipamentos sonoros, o pagamento de mão-de-obra a voluntários de estaleiro, músicos, entre outros.
Já os problemas de ligação marítima têm condicionado não só o transporte de materiais carnavalescos que estiveram retidos nos portos da Praia e/ou sem descarga no Porto do Tarrafal, bem como o andamento dos trabalhos de estaleiros, na confecção de carros alegóricos, e costura, na confecção dos trajes.
Relativamente aos materiais observaram que “dado ao facto de haver um aumento de carnavais em todos os pontos do país” vêm-se assistindo a um rápido esgotamento dos mesmos, porque estes vêm de fora, sobretudo da ilha vizinha, São Vicente.
Por isso, gostariam de ver os apoios a serem disponibilizados mais cedo tanto pelas câmaras municipais como pelo Governo para poderem colmatar estas dificuldades e arrancarem com os trabalhos a tempo e horas.
Ainda sobre os apoios, uns consideraram “bom” outros “insuficiente” o valor de 800 contos atribuído pelo governo e 150 contos pelas câmaras municipais locais, a cada grupo.
Segundo os responsáveis dos grupos, a cada ano tem havido “muita promessa” de aumento da verba para um milhão de escudos, o que não se tem verificado.
O grupo Estrela Azul indicou, por exemplo, que tem uma despesa de cinco mil contos com o carnaval, sobretudo com a banda musical que vem da ilha do Sal, e adiantou que a fraca presença de empresas na ilha dificulta o recurso a patrocinadores.
As promessas, segundo contam, têm gerado uma certa “especulação” no trabalho musical e de estaleiro, mas realçaram que graças ao trabalho voluntário tem sido possível fazer um bom Carnaval.
Quanto ao cumprimento do horário estão de acordo que esta tem sido uma “mancha” no Carnaval de São Nicolau, mas é preciso desmistificar, uma vez que, os desfiles acontecem durante três dias.
Conforme explicaram, no primeiro dia costumam sair tarde, como é sabido, já de madrugada de sábado, devido a finalização, mas tem havido um esforço no cumprimento do horário a cada ano, mas no segundo e no terceiro dias de desfiles, domingo e terça-feira, os grupos costumam sair à tarde, entre as 17:00 e 18:00.
Sendo assim, é possível fazer a transmissão do Carnaval na televisão desde que sejam melhoradas as condições técnicas para captar imagens com alguma qualidade, até porque, a radiotelevisão comunitária já conseguiu esta proeza outras vezes.
DG/CP
Inforpress/Fim
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